FILOSOFICES


Não sou puritano, e não gosto de pessoas que defendem o puritanismo de maneira irracional. Nas ciências humanas, aliás, é o que mais se vê. Alguns dizem: "tal pessoa assiste isso porque é alienada" ou "determinado hábito é coisa de pessoas fúteis" etc, etc.

A verdade é que para um cientista social é necessário ter a mente aberta para determinados acontecimentos, mesmo que venham em embalagem (e na maioria das vezes conteúdo) ruim.

Cito um exemplo ocorrido recentemente no Big Brother. Quando o grande guru pós-moderno Pedro Bial perguntou a um dos participantes quem estaria mais apto a vencer o programa e faturar o prêmio de 1,5 milhão. O participante em vão tentou responder que seria o mais corajoso, eis que o apresentador responde que não, o grande vencedor seria o mais adaptado.

Sem dúvida que isso é uma verdade sociológica pois na sociedade o indivíduo vive em um esquema de constante adaptação, seja no trabalho, na escola, na comunidade onde mora ou qualquer outra instituição (casamento, religião, família etc.). Por mais que tentamos nos destacar ou ir contra as o status quo a realidade pertence aos sujeitos adaptados às situações cotidianas, e é isso que condiciona todos os indivíduos.

Até as mentes mais revolucionárias se rendem à mesmice e aos vícios da vida cotidiana, no final das contas todos nos adptamos à camisa de força da realidade.

Um exemplo bem simples para imaginarmos seria o seguinte: imaginem o final de uma novela (daquelas de horário nobre) onde o final não fosse feliz, onde a mocinha não terminasse com o mocinho e por aí vai. Ou aquele filme hollywoodiano onde o final não fosse feliz.

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