Não se trata de defender esse ou aquele, até porque, para o Zeca Camargo, defender o meio na qual ele mesmo está inserido, talvez, seja extremamente difícil e até irônico.
Mas, a análise dele revela o quanto, os que dominam e pertencem aos meios dominantes de comunicação sabem bem o que estão fazendo e, ao contrário do "público-alvo" que atingem, tem conhecimento de causa quando o assunto é o comportamento da sociedade e as formas de manipulação. Adorno e Horkheimer, na Dialética do Esclarecimento, já deixavam isso claro.
O problema é que, aplicar um discurso complexo, para uma massa medíocre e sem a capacidade de uma leitura mais apurada de qualquer fato, é se jogar aos leões.
Na crítica que ele fez ao cantor Cristiano Araújo, não há uma crítica ao cantor propriamente dita; muito menos, à cultura da música sertaneja; muito menos, aos fãs (mesmo o de última hora); o que existe é uma critica à incapacidade que a própria Indústria Cultural demonstra hoje, de manter seus produtos por muito tempo na prateleira, pela efemeridade do sucesso, da facilidade de se criar ícones de última hora e, do vazio, cultural dentro de uma própria cultura vazia.
A analogia aos cadernos de colorir, demonstrou-se fantástica (sem trocadilhos), pois, essa mesma indústria do efêmero, transforma a todos nós, em crianças carentes de sentido, onde, qualquer coisa serve de pretexto para preencher nossa existência.
Minha esposa, numa percepção simples, ao analisar o fato de todos confundirem o nome do cantor ou até mesmo desconhecer, disse: "É que são tantas duplas, que fica difícil saber quem é".
Todos sabemos quem consagra e leva esse ou aquele cantor à fama, assim, quem determina o que é sucesso, como o próprio termo diz, é uma "Indústria", logo, fabrica-se "coisas".
Acontece que, já consumimos tanto, que a própria música, como arte, virou mero produto descartável e pueril.
Minha esposa, numa percepção simples, ao analisar o fato de todos confundirem o nome do cantor ou até mesmo desconhecer, disse: "É que são tantas duplas, que fica difícil saber quem é".
Todos sabemos quem consagra e leva esse ou aquele cantor à fama, assim, quem determina o que é sucesso, como o próprio termo diz, é uma "Indústria", logo, fabrica-se "coisas".
Acontece que, já consumimos tanto, que a própria música, como arte, virou mero produto descartável e pueril.
O incrível em tudo isso, foi que nem as pessoas ligadas ao circo da Indústria Cultural tupiniquim sabiam quem era o sujeito. Não à toa, a pergunta que ecoava era: "Que música ele cantava mesmo?". Não obstante, alguém respondia: "Aquela: bará bará bará!".
Enfim, já fomos melhores nisso.
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