A MAGIA DA VIDA


Sempre escrevo textos que, à primeira vista, são pessimistas. Porém, o pessimismo é uma forma de pensamento que pode, ou não, acompanhar a ação. Nesse sentido (da ação) sempre fui muito otimista.

Mas, nesse espaço gostaria de escrever algo que em muito difere da minha forma de escrever/pensar. Algo, em certa medida otimista. 
Gostaria de falar da riqueza contida na simplicidade da vida.

Em meio a era tecnológica, de conexão permanente e da necessidade de expormos nossas ações e sentimentos, o afastamento é algo que pode ajudar e muito. 

O que as pessoas não percebem é que os momentos de felicidade estão na nossa capacidade de percepção do simples, de sentir os momentos, aproveitando cada experiência.

                                           

É possível perceber isso através de um exemplo banal. Por exemplo, você já passou pela horrível sensação de ficar gripada(o)? De não poder sentir o sabor dos alimentos? 

Em caso afirmativo, acredito que a melhor sensação é, depois que a gripe passa, poder sentir novamente o gosto dos alimentos e perceber o quanto é importante o paladar.

Fora isso, outras tantas situações são mágicas e não nos damos conta suficiente, como por exemplo, o ato de deitar na cama e se agarrar ao travesseiro. De sentir o cheiro da chuva ou uma leve brisa. De pode não fazer nada ou não ter nada com que se preocupar. E, engana-se quem diz que isso é perder tempo. 

Viver de verdade é ter a capacidade de contemplar a vida. Principalmente no que ela tem de melhor, a simplicidade do existir.

Afinal, o fato de estarmos respirando, e bem, é em si um motivo de agradecimento.

Acredito que a loucura por registrar esses momentos, de experimentar sensações grandiosas e demonstrar isso às pessoas, nos retire dessa capacidade perceptiva.

Viver esses momentos é algo que conseguimos através de uma certa solidão, de uma introspecção que dificilmente pode ser dividida. Nesse sentido, viver a solidão é necessário muitas vezes.

Não a solidão triste, depressiva, mas, a solidão que nos faz pensar e sentir esses momentos, que nos possibilite a calma e nos traga ensinamento.

Bom, acho que é isso!

Escrevi esse texto preparando o café para o meu pai, em seguida, me sentando à mesa, saboreando e sentido cada movimento, como se fosse único e mágico.

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