LUZ, CÂMERA, AÇÃO!

O assassino do embaixador russo, em pleno ato
O embaixador russo na Turquia, Andrei Karlov, foi morto por um pistoleiro em meio a inauguração de exposição, no bairro central da capital turca.

O que impressionou foi a perfeição de toda a cena e de sua exposição ao mundo. Tanto é que, um fotógrafo que estava no local, e registrou algumas imagens, achou que se tratava de uma encenação. 

Cena do filme "Cães de aluguel", de Quentin Tarantino

Todo o contexto, envolvendo o local, as luzes do ambiente, a postura do assassino e sua própria imagem, fez com que tudo parecesse uma cena de Tarantino. Arrisco-me a dizer, quase uma continuação de Cães de Aluguel


Seria exaltação do ato? Não.

Pois foi assim que o ato foi retrato e, da mesma forma, sentido pelo público (ou não). A cena passou desapercebida, como um filme de ação no qual todos estamos acostumados. Algo que não é novo, pois a TV, muito antes da internet, já permitia essa façanha, a neutralização da tragédia, transformando-a numa cena hollywoodiana corriqueira.


Diante dessa ato de terror, que inclusive se espalhou com os memes, a realidade tornou-se ficção barata.

Cenas do atentado

Como todas as tragédias, transformadas em espetáculo para as massas, que não possuem sentimento algum, as lágrimas são encenação coletiva diante de um enredo midiático. As massas não sofrem de verdade.

Para a sociedade de massa tudo é espetáculo

Como na tragédia envolvendo os jogadores da chapecoense, apenas seguimos o conjunto da massa, para depois (quase que imediatamente) voltarmos ao normal, desejando a morte desse ou daquele, sentenciando, culpando, dando risada, se entretendo. Afinal, o que queremos de fato é sangue e tragédia, para nosso deleite.


Então... Luz, câmera, ação!

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