JOÃO DÓRIA, O GRANDE PREFEITO DE SÃO PAULO

Filho de pai político, João Dória Jr. tem uma fortuna avaliada em 180 milhões
Mesmo com apenas um mês de mandato João Dória Jr. vem sendo e será o melhor prefeito de São Paulo. 

Entre os eleitores, ao que parece, sua popularidade e aceitação é alta, mesmo com as atitude polêmicas que vêm tomando (algumas delas serão apresentadas ao longo do texto).

Mesmo rejeitando a política, Dória é um político por excelência, com talento e perspicácia suficiente para deixar seus críticos a ver navios e cair nas graças do povo. Para entender esse fenômeno é preciso se afastar do senso comum, geralmente utilizado ao analisar a política. O mundo político, aliás, é um mundo à parte, que deve se analisado sempre a partir das sua estrutura e funcionamento. Fora isso, nos arriscamos a cair nos idealismos que sempre nos contraria.

Abaixo, os cinco motivos que fazem de João Dória Jr. um grande político e um dos grandes nomes ao governo do estado de São Paulo e, quem sabe, à presidência da república.


JOÃO DÓRIA COSPLAYER



Nicolau Maquiavel em sua obra O príncipe já dizia que um príncipe deve ter o povo ao seu lado. Ao mesmo tempo indicava que, para conhecer a natureza do povo é preciso saber tramitar nos dois universos, da realeza e do povo. Em seu primeiro dia à frente da prefeitura, Dória surpreendeu ao aparecer vestido de gari, deixando adversários e eleitores surpresos. 

Duas questões podem ser analisadas nessa atitude: primeiro, ele surpreendeu àqueles que esperavam uma atitude típica de um empresário milionário. Assumiu a postura que Maquiavel cita no seu capítulo XIX, emprenhou-se em parecer, mesmo distante de ser.

Nesse caso, assumiu a condição de povo, mas não o povo da Vila Madalena, dos hipsters, hippies, descolados ou progressistas. Ele vestiu a roupa de um gari, profissão invisível aos olhos da maioria e, mesmo que tenha dado apenas uma varrida, conseguiu a empatia da população. 

Em segundo, ele apenas assumiu provisoriamente a condição do povo, logo, retornando ao que é, um homem bem sucedido. E nisso ele sabe que o povo não gosta que seus líderes sejam um igual, aspira-se no líder a imagem do sucesso. Nessa transição, outro recado é dado: se você trabalhar muito, logo chegará onde eu cheguei

Nessa simples atitude, o prefeito aplica a moral protestante baseada no trabalho, como forma de alcançar os objetivos. Não sem propósito, escolheu profissões que exigem acordar cedo e grande esforço físico. No corações dos mais humildes, foi preciso coragem e disposição para assumir a fantasia de gari, pintor, fiscal de trânsito e, nesse momentos, Dória virou o João trabalhador. Essa é a lógica que permeia o imaginário brasileiro, a de que toda fortuna é fruto de trabalho, mesmo que seja impossível acumular uma fortuna de R$ 180 milhões apenas com o trabalho. Mas, essa parte, os ricos escodem e esse discurso os pobres compram, sem questionamentos. Afinal, políticos de direita e esquerda sempre apelaram para o populismo e a população gosta.

JOÃO DÓRIA MIDIÁTICO




Numa cidade com tantos problemas, nosso prefeito cosplayer decidiu comprar uma briga: acabar com as pichações e decretar guerra aos pichadores. Nesse pensamento tornou a cidade cinza, surpreendendo mais uma vez toda a população.

Como homem ligado ao meio publicitário, ele sabe que esse esforço midiático em avaliar uma gestão em apenas um mês o colocaria no centro das atenções. Mesmo impossível qualquer avaliação em tão pouco tempo (e João sabe disso), ele utilizou muito bem os holofotes, afinal, na emergência por notícia é preciso demonstrar trabalho, mesmo que esse trabalho seja o de enxugar gelo, como o de pintar de cinza um dos maiores murais a céu aberto da América Latina e, logo em seguida, anunciar ações para combater sua ação inútil (a restauração dos grafites apagados custará em torno de R$ 800 mil).

Outra jogada de mestre foi eleger para a cidade os seus inimigos. E quem foram os escolhidos? Os pichadores! Sim, eles mesmos, que em meio à crise econômica sequer faziam parte do últimos debates sobre a cidade, ressurgiram por meio da atitude altruísta do nosso prefeito de livrar a cidade desses vândalos. Como o pastor que faz a propaganda do demônio para, em seguida, poder expulsá-lo. 

Uma das maneiras de se controlar a massa é introjetando nelas o medo ou criando inimigos, em seguida, oferece-se uma saída para esse medo ou para combater esses inimigos. Foi essa jogada psicológica de quinta categoria que Dória usou na sua guerra contra os pichadores. Tudo isso com palavras que têm em si unanimidade, como limpeza, cidade linda, vândalos, inimigos da cidade, cuidado, respeito etc. Ele mostrou que sua causa é justa. E quem diria que não é?

Novamente, todo o conceito de arte, grafite, artistas de rua, tornam-se distante daquilo que o povo conhece. No momento em que o debate acerca das suas atitudes toma conta, ele ganha tempo para pensar e agir. E até mesmo agir sem maiores repercussões.

JOÃO TRABALHADOR



Atrelada a lógica de que a única saída para a crise é o trabalho, Dória incentiva para que toda a população trabalhe para vencer na vida (vide os motivos que o levaram a fazer cosplay). Como bom empresário que é, sabe  muito bem o poder que tem um tapinha nas costas do funcionário, acompanhado de "um dia você chega lá".

Quem quer dinheiro precisa trabalhar. Quem trabalhar não tem tempo a perder, então, é preciso aumentar a velocidade das marginais, pois São Paulo não tem tempo a perder. Além disso, nosso prefeito trabalhador sabe que a alegria do consumidor individualista é ter assegurado o direito de usufruir dos seus bens, sem a interferência do política. Assim, se o carro diz que pode correr em tal velocidade, quem é que vai impedir? 

Na mentalidade periférica da nossa população não existe esse coletivismo de esquerda, os problemas são individuais e quem puder que resolva sozinho. Se morrem cem ou duzentos, que as soluções sejam tomadas, desde que não interfiram no direito de comprar, ter e usar, afinal, foi fruto do trabalho e nada mais justo que usar o carro como bem entender.

Sobre os benefícios da redução de velocidade? Enfim, pode morrer um ou outro ali, mas depois todos acostumam, às mortes e à nova velocidade.


JOÃO DÓRIA BUSINESS MAN




Na sua faceta homem de negócios, a promessa de tornar a cidade um grande palco de investimentos agrada. Empresas e empresários são isentos de culpa quando o assunto é crise. Aliás, eles sempre aparecem como a esperança para sair da crise, gerando emprego e oportunidades. Por isso, João Dória foi eleito, por ser um empresário, gestor e não um político. Como homem de negócios ele sabe que o que mais agrada é a expressão você não precisa pagar nada ou isso é de graça. É nessa filosofia que empresários de alma boa vêm brotando da terra para fornecer dinheiro de reforma para ponte, tintas para pintar a cidade de cinza, carros para socorrer as vítimas do trânsito após o aumento da velocidade nas marginais.

Como um bom liberal conservador, nosso prefeito sabe que não existe almoço grátis, a contrapartida terá que ser dada em algum momento, de alguma forma, mas quem se importa, a sensação de ter ganhado algo compensa qualquer valor posterior que será pago. Por isso, ficar atento às colunas sociais e ao jantares milionários se faz necessário, pois é entre um gole de whisky e outro é que a cobrança vem, em forma de licitação, facilitações e contratos.

JOÃO DÓRIA O POLÍTICO DOS POLÍTICOS


Entrelaçado a tudo isso vem o seu golpe maior, o discurso da negação da política

No momento em que todos perderam, com razão,  a esperança na política, desenvolvendo um ódio à classe política, nada melhor que um discurso que se afasta da política

Dória utilizou-se da velha estratégia do galanteador, que para se aproximar da mulher cobiçada finge amizade com o objetivo de conquistá-la. A todo o momento ele se disse gestor para assumir um posto político e fazer política, mas disfarçada de gestão (o que afinal é a mesma coisa, principalmente quando se fala do posto de prefeito da cidade). Na verdade o povo não se importa de ser enganado, mas ele exige que alguém o faça com maestria e é isso que nosso prefeito tem feito perfeitamente.

Ele tem uma imagem que cativa, atitudes que se aproximam do ethos conservador da cidade, ele prega a ética do trabalho, tornando qualquer outra atividade marginal e desnecessária, ele representa o que todos querem ser, mas nunca serão, nem nos sonhos. É por esse e outros motivos que, independente da ideologia, sendo contrário ou à favor, uma coisa não podemos negar, João Dória já entrou para história como o futuro grande prefeito da cidade de São Paulo.




ALGUNS LINKS DE REPORTAGEM SOBRE O GRANDE PREFEITO


- EM 25 DIAS, DORIA SE REVELA UM GESTOR DO PASSADO

LINK: http://www.blogdokennedy.com.br/em-25-dias-doria-se-revela-um-gestor-do-passado/

- DÓRIA TERIA DESVIADO 6 MILHÕES DE CRUZADOS QUANDO PRESIDENTE DA EMBRATUR NO 80
LINK: http://www.esquerdadiario.com.br/Doria-teria-desviado-6-milhoes-de-cruzados-quando-presidente-da-Embratur-nos-80

- DÓRIA VOLTA A PERMITIR QUE GUARDA RECOLHA COBERTOR DE SEM-TETO EM SP











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