Na quinta-feira, dia 26, a Justiça Federal suspendeu o item do edital do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que prevê nota zero para quem desrespeitar os direitos humanos. O pedido foi realizado pela Associação Escola Sem Partido, argumentando que a regra não possui critérios objetivos e que tem "caráter de policiamento ideológico".
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), responsável pela aplicação do ENEM, informou que não recebeu notificação, mas assim que receber irá recorrer.
A decisão foi comemoração pela Associação Escola Sem Partido, reafirmando que a regra proposta pelo INEP fere a liberdade de expressão.
Não vou entrar na questão da Associação Escola Sem Partido, que tem muito de partidarismo e, principalmente, não é e nunca foi neutra em sua constituição. A associação reflete todo um projeto político-econômico que diversos grupos estão implantando no Brasil e que reflete todo um projeto neoliberal, com todo o tempero do que há de pior na história e formação do nosso país, a saber, a estrutura escravocrata, patriarcal, elitista, excludente e violenta para com os mais pobres. Proposta "modernas" lideradas pelo que há de mais arcaico em nosso país.
Não vou entrar na questão da Associação Escola Sem Partido, que tem muito de partidarismo e, principalmente, não é e nunca foi neutra em sua constituição. A associação reflete todo um projeto político-econômico que diversos grupos estão implantando no Brasil e que reflete todo um projeto neoliberal, com todo o tempero do que há de pior na história e formação do nosso país, a saber, a estrutura escravocrata, patriarcal, elitista, excludente e violenta para com os mais pobres. Proposta "modernas" lideradas pelo que há de mais arcaico em nosso país.
O que tem que ser debatido aqui é, entre outras coisas, o prejuízo para a educação e a sociedade como um todo, uma vez que esse vale tudo pelo poder abre espaço para a implantação da barbárie completa.
A proposta no INEP nunca foi restringir a liberdade de expressão, mas de colocar aos estudantes o desafio de ler e pensar por meio de argumentos sólidos, consistentes, a partir de uma racionalidade que demonstre o real conhecimento sobre os Direitos Humanos.
A primeira barreira a se quebrar, nesse sentido, consiste na capacidade de entender que há no Brasil a ideia de que os Direitos Humanos formam uma instituição, um partido ou até mesmo uma pessoa. É muito comum as pessoas utilizarem o termo: "Onde está os direitos humanos?" , "cadê os direitos humanos?" ou "por que os direitos humanos não vai lá na casa do policial?". As interrogações denunciam, o conhecimento que os brasileiros têm do tema é mínimo. Boa parte dele sustentado pela informação quem vem por meio de jornais sensacionalistas, apresentadores que para manterem a audiência apelam para um didatismo irresponsável, ensinando que os Direitos Humanos "só defendem bandido".
É importante ter em mente o contexto ao qual surgiu a Declaração Universal do Direitos Humanos (DUDH), onde a sua importância está em criar direitos inalienáveis a todo e qualquer ser humano, que seus 30 artigos são as premissas básicas assegurar o direito à vida e à dignidade humana. E, principalmente, devemos encarar as propostas contidas ao longo da declaração como ideias fundamentais a serem pensadas por todos os seres humanos.
Outro ponto fundamental é que a DUDH tem como objetivo frear e supervisionar a atuação dos Estados nacionais, dessa forma, protegendo os cidadãos dos abusos e dos descasos promovidos pelos próprios países. Assim, se uma situação de violência põe em risco a vida de civis e policiais, significa que o Estado é ineficiente e com isso coloca em risco a vida de pessoas. Da mesma forma se esse mesmo Estado não consegue apresentar planos de redução das desigualdades e aumentar a distribuição de renda, intrinsecamente cria-se o ambiente propício para a proliferação da violência.
A atuação das comissões de Direitos Humanos atuam de forma ampla no combate a exploração sexual, ao trabalho infantil e ao trabalho escravo (onde as grandes empresas patrocinam essa forma de exploração); no combate à fome, ao descaso com a saúde e educação; na denúncia ao autoritarismo dos governos; contra as situação de guerra e nas crises humanitárias.
Abrir o precedente da crítica, sem o devido conhecimento, sem a linguagem e o vocabulário necessário, sem os argumentos e as reflexões fará com que a redação do ENEM se transforme no vale-tudo do senso comum, além de desestimular o próprio aluno a estudar, se informar e conhecer, afinal, a opinião pessoal não poderá ser contestada, mesmo que tenha em suas entrelinhas todo o preconceito e ódio que a própria Declaração Universal dos Direitos Humanos tenta combater, desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
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P.S.: Na cartilha do INEP para a redação estão todas as instruções para os candidatos realizarem que pretendem fazer o ENEM e que querem entender a regra de não violação dos Direitos Humanos.
Link: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2017/manual_de_redacao_do_enem_2017.pdf
Link: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2017/manual_de_redacao_do_enem_2017.pdf
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