AMARÉCOMPLEXO




Na quarta-feira, dia 20 de Junho, mataram um estudante, a caminho da escola, com uniforme, no Complexo da Maré, Rio de Janeiro.

Já não bastasse matar a educação, matar a esperança, me matar todos os dias, quando digo que sou professor e tento minimamente fazer meu trabalho, ainda matam um estudante.



O nome dele, Marcos Vinicius, 14 anos de idade. A mãe conta que estava atrasado, o sinal já havia batido e Marcos Vinicius fora pra escola porque, ao longo do ano, perdeu quase um mês de aula, por conta dos tiroteios.


As testemunhas apontam que o disparo veio da polícia. Mas, não importa. Seja pelas mãos do Estado ou do crime organizado, o certo que é mais um estudante morto. Menos um, aliás.


Brunas, a mãe, diarista, dá uma depoimento carregado de emoção:

" Eu sei quem atirou em mim, eu vi quem atirou em mim, foi um blindado mãe"

"Mãe, nunca mais quero sentir essa dor na vida. Estou com sede"

"Mãe, ele não me viu com a roupa da escola?"

Nos mataram faz tempo, só não percebemos, então, por que consolidar o ato tirando a vida de mais um estudante?



Não é a primeira vez e não será a última. E a pergunta que fica é: Será que ninguém percebe que estamos num Estado assassino? Que o futuro de milhões de jovens corre risco? Que estão exterminando, de todas as formas, os sonhos e as lutas de resistência?

Marcos Vinicius, presente!

Links:

Mãe de aluno morto na Maré mostra uniforme com sangue: "bandido não carrega mochila"

Testemunha afirma que tiro contra estudante morto na Maré partiu da polícia

'Bandido não carrega mochila', diz mãe de aluno de 14 anos morto no Rio



Em 2010, escrevi sobra a morte de outro estudante, o nome dele era Wesley Guilber Rodrigues, que estava assistindo aula de matemática quando foi atingido por um tiro.

Wesley, presente!

DESESPERANÇA

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