ELE NÃO, MAS E OS OUTROS?

BOLSONARO NÃO VENCERÁ AS ELEIÇÕES, MAS SERÁ QUE ELE SAIRÁ DERROTADO DE FATO?


Em primeiro lugar alerto que esse texto está sendo escrito de forma orgânica, sem buscar números, dados, estatísticas e outros elementos que ofereçam a ele uma fidelidade das informações apresentadas. Sua proposta é de uma reflexão de extrema importância, a saber, o efeito Bolsonaro após as eleições.

Um movimento vem tomando corpo e despontando como o momento histórico dentro do cenário eleitoral. A rejeição ao candidato Jair Bolsonaro é sem dúvida algo mais do que relevante, demonstra que uma parte significativa da sociedade rejeita totalmente seu discurso do ódio e tudo que está representado em suas declarações.

A questão central ao meu ver é pensarmos sobre os que apoiam direta ou indiretamente, sobre os altos índices de eleitores que realmente acreditam nas suas propostas e sustentam essa figura que é a personificação de uma mentalidade que existe, tomando forma e conteúdo por meio de ações e práticas cotidianas.

Bolsonaro não ganhará a presidência por meio do voto, mas será que ele realmente sairá derrotado dessas eleições?

Pensar nos milhões que pensam iguais a ele, ou que, de alguma forma "meio que concordam" com alguma coisa que ele diz é simplesmente aterrorizando. 

Significa que ficaremos livres do grande chefe, mas não nos livraremos de seus seguidores. O discurso machista, homofóbico, racista, ignorante, violento e opressor permanecerá e, então, dois cenários despontarão. De um lado, um possível fortalecimento de grupos de extrema direita que, mirando as próximas eleições irão se estruturar a partir de uma organização mais sólida. De outro lado, o silêncio pós-eleitoral se transformará em práticas intensificadas nas relações microssociais. Nesse último cenário, a guerra de todos contra todos hobbesiana será instaurada.
O movimento #EleNão #EleNunca, as milhões de mulheres organizadas contra tudo o que esse sujeito representa é algo magnífico, de uma força extraordinária, como só as mulheres conseguem. Afinal, em todos os grandes movimentos de luta e resistência elas foram e sempre serão as protagonistas

Porém, como dissolver o ódio instalado, a intolerância latente, a mentalidade racista, a resistência ao conhecimento e a ignorância generalizada?


Só o discurso contrário e as ações de resistência não funcionarão para quebrar o núcleo do ódio. Como professor, acredito no poder da Educação. Mas, em um país de educação sucateada teremos muito trabalho pela frente. Em algum momento os grupos de consciência deverão buscar, através do diálogo, meios de vencer o ódio e a irracionalidade extremista instalada, caso contrário, a barbárie tenderá a um crescimento exponencial levando o país literalmente ao caos.  

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