O JOGO DE PODER DAS RELAÇÕES

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Um dado é certo, a pessoa que você mais amar será, um dia, a pessoa que mais irá te decepcionar e te magoar. Isso porque toda relação, seja amorosa ou apenas de amizade é, antes de tudo uma relação de poder de um sobre outro.

Nesse sentido, quem está menos envolvido sofre mais as consequências dessa relação assimétrica. 

Acontece que nesse jogo ilusório e virtual de sentimentos, torna-se muito mais fácil a manipulação, num jogo sádico onde a possibilidade de domínio sobre o outro abre espaço para uma sistematização cruel de controle das emoções sobre aquele que se vê mais fraco, por isso mesmo, impotente a qualquer tipo de reação. 

Nesse jogo de prazer e dor, constrói-se algo quase que doentio, tóxico e de difícil desvinculação. Situação possível somente quando vínculos sentimentais fortes foram construídos e que dificilmente são esquecidos. Tudo que cerca o sujeito dominado é impregnado do outro. Histórias, lembranças, fotos, cartas, poemas, amigos, lugares, situações, falas, sentimentos variados. 

Na entrega há alienação, o sujeito perde o centro de si, então, começa uma busca inútil de reviver o que se passou na tentativa de achar o centro de si através dos sentimentos vividos com o outro. Busca inútil, que leva o sujeito alienado a um labirinto de sentimentos e confusões que, no final, leva sempre as armadilhas perversas de dominação.

Com a virtualidade das relações, esse jogo torna-se muito mais cruel e sistemático. Onde o dominador fica no esquema viciado de aproximação e distanciamento, mas sempre na tentativa de verificar até onde e como vai o seu domínio. Jogo cruel e desumano, irresponsável.

Cria-se uma guerra de egos e de forças, onde o mais envolvido sempre perde. Nesse ciclo já não existe mais nada, nem amor, nem a verdade, nem ódio, apenas o prazer manipulador de um lado e do outro, a melancolia de uma amor que transmutou em algo deformado.

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